Existem relações de dependência entre os desempenhos em testes de agilidade e de impulsão e força? Um estudo realizado em futebolistas amadores
Clemente, F.M.C.
; Leão, C.
; Matos, S.
; Prozil, J.
; Pedra, M.
; Cristino, T.
; Camões, M.
; Silva, B.
; Bezerra, P.
; Lima, R.
Existem relações de dependência entre os desempenhos em testes de agilidade e de impulsão e força? Um estudo realizado em futebolistas amadores, Proc Congresso Nacional de Educação Física, Figueira da Foz, Portugal, Vol. , pp. - , November, 2019.
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Abstract
Introdução: O objetivo do presente estudo foi analisar as relações de dependência entre os desempenhos de futebolistas num teste de agilidade e em testes de impulsão vertical e horizontal e força isométrica. Métodos: Participaram vinte futebolistas amadores (23,67,3 anos de idade; 1,80,1 cm de altura; 75,29,2 kg de massa corporal) da mesma equipa pertencente ao campeonato distrital de Viana do Castelo. No âmbito dos testes de pré-época, e sem treinos/jogos realizados no período anterior de 96 horas, os futebolistas foram submetidos à realização dos seguintes testes na seguinte ordem: (i) isometric mid-thigh pull test (IMTP); (ii) squat jump (SJ); (iii) countermovement jump (CMJ); (iv) drop jump (DJ) a 25 cm do solo; (v) impulsão horizontal (HJ); e (vi) pro-agility test (PAT). Os testes foram realizados após um aquecimento estandardizado. Os futebolistas realizaram três tentativas em cada teste espaçados por 3 minutos de repouso tendo sido analisada, apenas, a melhor tentativa. Do IMTP recolheram-se as variáveis de pico de força (kg) e de força relativizada à massa corporal (N/kg). As medidas do CMJ, SJ, DJ e HJ relacionam-se com a distância executada (em cm). Quanto ao PAT mensurou-se o tempo de execução aos primeiros 5-m, nos 10-m sem mudança de direção e calculou-se, ainda, o défice de mudança de direção. As relações de dependência foram testadas após verificação dos pressupostos de normalidade da amostra. Executou-se o teste de r de Pearson com intervalos de confiança definidos em 95%. Resultados: Correlações de magnitude muito grande foram encontradas entre os 5-m no PAT e o SJ (r=-0,61 [-0,83;-0,23]) e entre os 5-m PAT e o CMJ (r=-0,56 [-0,80;-0,16]). Verificaram-se ainda correlações moderadas entre os 5-m PAT e o HJ (r=-0,40 [-0,72;0,05]). Observaram-se correlações pequenas entre o desempenho nos 10-m PAT e as variáveis de força relativizada à massa corporal (r=-0,30 [-0,66;0,16]) e pico de força (r=-0,26 [-0,63;0,21]) no IMTP. Correlações pequenas foram ainda encontradas entre o défice na mudança de direção e as variáveis de SJ (r=-0,20 [-0,59;0,27]), DJ (r=-0,21 [-0,60;0,26]) e força relativizada à massa corporal (r=-0,18 [-0,58;0,29]). Conclusões: Sugere-se que a potência dos membros inferiores poderá ser favorável na velocidade a 5-m, fundamentalmente auxiliando a debelar a inércia e justificando a maior preponderância de ações concêntricas na aceleração.
Palavras-chave: treino desportivo; avaliação e controlo do treino; potência; agilidade; desempenho.